Pedro Hernandez
Morning Call - 30/01/2018
Depois do tombo, a correção. Ações da Vale chegaram a subir mais de 5% ontem, após terem despencado 24,5% na véspera em consequência do rompimento de barragem em Brumadinho, que até agora provocou 65 mortes confirmadas, enquanto quase 300 pessoas continuam desaparecidas. O ajuste dos papéis trouxe alívio ao Ibovespa, que retomou alta de 0,55% aos 95.964 pontos. Petrobras, com recuperação do petróleo, também impulsionou o índice, assim como Eletrobrás e Sabesp, favorecidas por falas sobre privatização. O dólar caiu 1,1%, chegando a romper R$ 3,72 na mínima, e os juros futuros acompanharam a queda, com o cenário externo mais favorável a moedas emergentes e otimismo interno com perspectivas de reforma. Real teve maior ganho comparativamente a pares e também foi beneficiado por sinalização sobre privatizações.
Lá fora, as bolsas americanas seguiram direções mistas enquanto investidores avaliavam os últimos balanços de empresas e as perspectivas para as negociações entre China e Estados Unidos. Os futuros de minério de ferro estenderam ganhos na terça-feira para o maior fechamento em mais de um ano. Investidores avaliam consequências do rompimento da barragem da Vale, em meio a preocupações de que o desastre pode trazer condições mais apertadas de oferta no mercado no curto prazo e compensar a fraqueza da demanda da China. O petróleo subiu depois de secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, sinalizar que uma trégua é possível na guerra comercial com a China.
Hoje o S&P futuro tem alta discreta e as moedas mostram desempenho misto antes do Fomc e fala de Powell, à tarde, que pode reiterar paciência, enquanto negociações EUA x China e Brexit dividem foco no exterior. O minério de ferro continua subindo impulsionando ações de mineradoras e dólar australiano. Goldman Sachs eleva projeção para o produto. Valorização atinge outros metais e pode ajudar Vale a arcar com indenizações e custos para reduzir riscos ambientais depois de desastre. Na política, eleições no Congresso se aproximam e Renan sinaliza apoio à reforma.
