Pedro Hernandez
Morning Call - 29/01/2019
As ações da Vale tiveram a maior queda em quase 25 anos ontem, um recorde de baixa no fechamento, na primeira sessão na bolsa após o rompimento da barragem em Brumadinho na sexta-feira, que já provocou 60 mortes confirmadas pela Defesa Civil e contabiliza quase 300 pessoas desaparecidas. O Ibovespa interrompeu a sequência de recordes vista desde o início do ano e caiu abaixo dos 96.000 pontos (-2,29% aos 95.443 pontos). No noticiário sobre a empresa pesaram ainda a suspensão do pagamento de dividendos e JCP, o bloqueio de mais de R$ 11 bi e a colocação da Vale em creditwatch negativo pela S&P, o que deve afetar o custo de crédito para a mineradora. Já o dólar e os juros futuros operaram bem comportados, preservados pelo sinal positivo dominante de perspectiva de reformas fiscais, em especial a da Previdência.
Nos EUA, as bolsas caíram 1% após a Caterpillar e Nvidia citarem desaceleração do crescimento global para justificar resultados abaixo do esperado; preocupações com a economia global também derrubaram o petróleo. Trump se mostrou disposto a fechar novamente o governo caso as negociações entre parlamentares não contemplem a construção do muro na fronteira com o México. Os futuros do minério de ferro subiram após rompimento em barragem da Vale espalhar preocupações de que oferta global poderá ter restrições. Futuros de maio chegaram a subir 6,3%, para 567,5 yuan a tonelada na Dalian Commodity Exchange, o preço mais alto do contrato mais ativo desde setembro de 2017.
Hoje, no exterior, S&P futuro tem leve baixa em manhã mista, com mercado monitorando disputa EUA x China e Brexit na véspera do Fomc. Agenda doméstica destaca resultado do governo central de 2018. Além de Vale, noticiário corporativo traz Petrobras assegurando que incêndio não teve impacto financeiro relevante e resultado da Cielo.
