Pedro Hernandez
Morning Call - 27/07/2020
Sexta: Os juros futuros engrenaram numa direção firme de queda na sexta-feira, enquanto o dólar e o Ibovespa tiveram uma sessão bem mais volátil. As taxas caíram diante de um IPCA-15 de julho que mostrou inflação mais fraca do que a esperada e das palavras do diretor do BC Bruno Serra sobre “incertezas elevadas” quanto à atividade no segundo trimestre. O diretor também disse que volatilidade cambial está um pouco acima do que gostaria o BC e incomoda, o que reforçou uma queda do dólar frente ao real durante a sessão, já guiada pela fraqueza global da moeda americana. Ao final da tarde, porém, o dólar já operava em leve alta, evidenciando a continuidade da volatilidade. O Ibovespa encerrou a sexta perto da estabilidade, já que a perspectiva de reforma e de queda de juros ajudaram o índice a resistir à pressão de baixa vista nas bolsas americanas. A bolsa brasileira acumulou perda de 0,5% na semana, enquanto dólar caiu em torno de 3% no período. LÁ FORA, as bolsas nos EUA e Europa recuaram após Pequim ordenar que os EUA fechassem seu consulado em Chengdu em retaliação à medida semelhante adotada pelo governo americano.
Hoje: O dólar estende a queda contra moedas emergentes e o ouro bate recorde com expectativa de que o Fomc na quarta-feira mantenha uma postura dovish (mais flexivel) diante do efeito econômico da pandemia. O S&P futuro tem alta moderada. No Brasil, semana de agenda forte começa com pesquisa Focus e IPC-Fipe desacelera mais que o previsto, corroborando intensificação das apostas em corte da Selic verificado depois do IPCA-15. Números da Covid seguiram elevados antes da queda usual do fim de semana, mas não impedem reabertura gradual de shoppings e nem planos de IPOs. Kalunga e Havan estudam abrir capital. Investidores ainda monitoram ao longo do dia dado de bens duráveis nos EUA e balanço do Carrefour no pós-mercado. Bolsonaro segue ascenando para aliados e usando um tom bem mais ameno com a imprensa.
Bom dia e boa semana a todos.