Pedro Hernandez
Morning Call - 26/10/2020
Sexta: Os juros futuros dispararam e o dólar teve a primeira alta em cinco dias com IPCA-15 de outubro acima do esperado e aceleração dos núcleos. O dado gerou percepção entre analistas de que a alta inflacionária poderia levar o BC a subir a Selic antes do imaginado e já mudar o comunicado do Copom na semana que vem, ainda que mantenha o juro básico inalterado por ora. Na curva de juros, cresceu a precificação de alta da Selic em dezembro, na última reunião do ano. Aperto monetário poderia gerar piora fiscal, quando governo já está mais exposto a encurtamento dos prazos da dívida, e esse receio se refletiu no comportamento do câmbio. O Ibovespa caiu, reduzindo a alta semanal para 3%, no terceiro avanço seguindo. Rodrigo Maia reiterou que não há possibilidade de estado de calamidade ser prorrogado. Em meio à polêmica sobre vacinas, Anvisa autorizou a importação de 6 milhões de vacinas Coronavac solicitada pelo Instituto Butantan. Lá fora, o índice S&P 500 encerrou em leve alta depois que o governo renovou as esperanças quanto a um pacote de estímulos.
Hoje: Semana do Copom começa com viés negativo diante da 2ª onda do coronavírus no exterior e com Pelosi e Mnuchin trocando acusações mútuas de culpa sobre estímulo emperrado nos EUA. Bolsas europeias, moedas emergentes e juros dos treasuries caem com aversão ao risco. No Brasil, mercado checa possível piora das expectativas inflacionárias na Focus após IPCA-15 salgado e com núcleos elevados na sexta levar a altas de até mais de 20 pontos nos Juros. Um possível ajuste no forward guidance de juro estável pelo BC não é descartado. Queda das commodities no exterior, se mantida, pode trazer alívio à inflação, mas é negativa para a bolsa. Na política, centrão chega ao Senado, que pode retomar agenda econômica, enquanto ministros fazem as pazes por Bolsonaro. Agenda ainda traz dados de crédito, estreia da Track & Field, balanço da Klabin e pesquisa CNT sobre aprovação do governo.
Bom dia e boa semana a todos.