Pedro Hernandez
Morning Call - 25/09/2020
Ontem: O Tesouro e o BC tiraram pressão dos juros futuros, o primeiro com concentração de títulos curtos em seu leilão semanal e o segundo com manutenção do tom dovish já visto na ata do Copom. A curva de juros teve uma forte correção, com juros médios e longos em queda de mais de 20 pontos. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que o encurtamento da dívida é um preço que está sendo pago por um “fiscal um pouco mais desarrumado”, mas que esse é um tema do Tesouro. Campos Neto falou ainda em absoluta tranquilidade com a inflação. O dólar teve a maior queda desde o início do mês, na esteira do enfraquecimento externo da moeda americana, embora o otimismo do mercado na maior parte do dia com tratativas para um acordo sobre novo estímulo fiscal nos EUA tenha sido atenuado. As bolsas em NY reduziram ganhos por causa disso e o Ibovespa, apesar de amenizar ligeiramente a alta, ainda conseguiu encerrar o dia com valorização acima de 1% e de volta aos 97.000 pontos.
Hoje: Futuros de ações nos EUA e bolsas europeias têm leve baixa, enquanto moedas emergentes e metais apontam desempenho misto, sugerindo pausa no clima mais positivo de ontem. Mercados monitoram busca de acordo entre republicanos e democratas por estímulos, que ainda enfrenta resistências. Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, pode aceitar a nova CPMF em troca de apoio do governo a seu projeto de reforma tributária. O novo imposto já conta com apoio de Bolsonaro, que passará por cirurgia para retirar cálculo hoje. IPC-Fipe vem pouco abaixo do previsto, mas mantendo nível alto, acima de 1%. Agenda fraca traz custo de construção e reunião fechada de Campos Neto com S&P, além de dado de bens duráveis nos EUA.
Bom dia e bom final de semana a todos.