Pedro Hernandez
Morning Call - 17/05/2022
Ontem: A fala de Bruno Serra vista como dovish (flexível) pelo mercado derrubou os juros futuros e ajudou a reduzir a precificação de alta da Selic para as próximas reuniões. O diretor de Política Monetária do BC disse que a preferência da instituição é por estabilidade de juros por mais tempo, o que reforçou a leitura de fim do ciclo de aumento da Selic em junho. Já o dólar chegou ao final da tarde perto da estabilidade, na casa de R$ 5,05. Moeda teve máxima de R$ 5,10 durante a manhã com dados fracos da economia chinesa e pagamentos de dividendos da Petrobras. A estatal ficou entre os maiores ganhos do Ibovespa, ao lado da Vale, com a valorização das commodities. Jair Bolsonaro disse que ainda tem mais coisa para acontecer na questão da Petrobras, na sequência de críticas sobre reajustes dos combustíveis. A petrolífera negou neste sábado que estaria em discussões com o MME sobre mudanças em sua política de preços. Papeis de tecnologia puxaram a baixa das bolsas americanas com preocupações de desaceleração econômica nos EUA e na China alimentadas por decepção com indicadores. Nubank devolveu metade dos ganhos da última sessão antes da divulgação do balanço e do fim do lock-up de US$ 26 bilhões nesta terça-feira.
Hoje: Bolsas globais sobem com recuperação de ações de tecnologia na China e dólar cai enquanto mercado aguarda falas de Jerome Powell, James Bullard e Christine Lagarde. Em sua fala anterior, o presidente do Fed impulsionou os ativos de risco ao contrariar a visão de aperto mais rigoroso. O alívio nas apostas em juros depende também de dados como os de vendas no varejo dos EUA, que tem estimativa de aceleração. No Reino Unido, um número forte de emprego hoje valoriza a libra e pressiona os gilts. Outra ameaça inflacionária vem do petróleo, que superou os US$ 115 em NY. Assim como Powell nos EUA, no Brasil o diretor do BC Bruno Serra ajudou a reduzir as apostas em um BC mais hawkish, ao sinalizar que a Selic não deve subir tanto quando os investidores apostavam. O mercado vai checar esta aposta mais branda com o IGP-10, que sai logo mais e tem expectativa de forte desaceleração. O IPC-Fipe desacelerou mais que o esperado na 1ª quinzena, mas seguiu acima de 1%. Vale inicia recompra e receitas da Eletrobras e Magazine Luiza superam estimativas. Agenda ainda traz leilão de pós-fixados do Tesouro e possível votação no Senado da MP do setor aéreo.
Bom dia