Pedro Hernandez
Morning Call - 15/03/2022
Ontem: A semana começou com fortes perdas para os ativos brasileiros, diante do rali dos yields dos Treasuries no exterior, com apostas de aperto monetário mais agressivo no mundo desenvolvido, e dos receios fiscais domésticos, em meio a notícias de possíveis medidas para mitigar impacto dos combustíveis nos custos ao consumidor. Na semana de reunião do Fed, traders aumentaram expectativas para a quantidade de altas dos juros nos EUA e precificaram totalmente sete aumentos de 0,25pp. Bolsas de NY caíram e o Nasdaq fechou em bear market pela primeira vez desde março de 2020. Por aqui, os receios de impacto fiscal, por corte de impostos para atenuar a alta dos preços dos combustíveis, somou-se à notícia de possível elevação temporária do valor do Auxílio Brasil. O ministro da Cidadania, João Roma, disse desconhecer qualquer discussão a respeito. Dólar subia em torno de 1% ao final da tarde, juros futuros encerraram sessão regular com alta de mais 20 pontos em vértices médios e mais de 30 nos longos, e o Ibovespa caiu 1,6%. Expectativas de inflação saltaram na pesquisa Focus e elevaram precificação de alta da Selic na curva de juros. Para reunião do Copom, amanha, o mercado espera elevação de 1pp no juro básico, sem descartar decisão mais agressiva, e aposta que Banco Central deixará em aberto sua decisão seguinte diante das incertezas atuais.
Hoje: Commodities e bolsas da China despencam com receios de que a 2ª maior economia do mundo, que teve desempenho acima do previsto no início do ano, seja afetada pelo aumento das infecções de Covid-19 em meio a sanções do Ocidente à Rússia. Bolsas europeias e futuros de NY também recuam. Yields dos treasuries devolvem parte da forte alta de ontem, enquanto mercado segue à espera do início do aperto monetário pelo Fed nesta quarta-feira. Índice dólar tem 1ª baixa em quatro dias. Guerra também segue sem sinal concreto de acordo entre Rússia e Ucrânia. No Brasil, após o salto do IPCA na Focus pressionar os juros antes do Copom, combustíveis passam a preocupar pelos desdobramentos fiscais. Agenda destaca leilão de pós-fixados do Tesouro, fala de Christine Lagarde e PPI nos EUA, com estimativa de que o dado chegue a dois dígitos.
Bom dia