Pedro Hernandez
Morning Call - 14/08/2019
A disposição dos EUA em adiar para dezembro o aumento de tarifas para uma gama grande de produtos chineses, de modo a não tornar o Natal dos consumidores norte-americanos mais salgado, foi o condutor da melhora dos ativos globais ontem. Contribuiu também a notícia de que representantes de ambos os governos tiveram conversas por telefone hoje e de que outra teleconferência está marcada para daqui a duas semanas. O dólar encerrou o dia aos R$ 3,96, depois de ter passado dos R$ 4 pela manhã. O Ibovespa subiu 1,36% (103.299 pontos), mas sem conseguir compensar os 2% de baixa do dia anterior. Os juros futuros acompanharam a queda do dólar, em menor intensidade de movimento.
Lá fora, as bolsas americanas interromperam dois dias de quedas seguidas, petróleo subiu e ouro caiu. As situações de Argentina e Hong Kong seguiram instáveis. O peso argentino voltou a cair em meio à crescente preocupação de default. Em Hong Kong, as ações recuaram com o cancelamento de voos pelo segundo dia seguido e continuidade dos protestos.
Hoje os juros de títulos soberanos e bolsas externas recuam após a produção industrial da China ter o menor crescimento desde 2002, sugerindo impacto das tarifas impostas pelos EUA e reforçando argumentos por possíveis estímulos. Moedas ligadas a commodities recuam, mas com perdas reduzidas. Iene se valoriza com busca por proteção à medida em que alívio na guerra comercial se mostra temporário. Rendimento do título americano de 30 anos caiu a nível recorde de 2,08%. No Brasil, agenda econômica avança após Câmara aprovar texto-base da MP da Liberdade Econômica, que reduz burocracia, embora com retirada de itens trabalhistas.