Vinicius Verdu
Morning Call - 12/07/2022
Ontem: Riscos de recessão global engatilharam novo selloff nos mercados, com queda de bolsas e commodities, e pressionaram os ativos locais. O dólar avançou mais de 2% e encerrou acima dos R$ 5,37, perto da máxima, em linha com o índice da moeda americana, que retomou o patamar mais elevado desde 2020. Real é terceira pior moeda emergente. Já os juros futuros acompanharam o câmbio e fecharam com ganhos de quase 30 pontos nos trechos intermediário e longo da curva, movimento que também refletiu a nova rodada de deterioração das expectativas de inflação para 2023 e 2024. Diretor do BC, Diogo Guillen, fez discurso considerado hawkish pelo mercado, ao reforçar que a estratégia é de manter a Selic acima da estimada na Focus e por tempo prolongado, e curva precifica aperto de 25 pontos em outubro. Ibovespa caiu pela segunda sessão seguida e voltou ao nível de 98.000 pontos. Vale liderou perdas do índice local, diante de queda do minério de ferro com piora do cenário para demanda da China, em meio ao aumento de casos de Covid no país. Setor de tecnologia comandou a queda das bolsas americanas antes do início da temporada de balanços, com investidores atentos a possíveis sinais de recessão. Operadores também se posicionaram com cautela à espera de CPI americano de junho, que será divulgado na quarta-feira.
Hoje: Bolsas e yields dos títulos caem, enquanto o dólar estende alta, com o temor de aceleração da inflação um dia antes da divulgação do CPI nos EUA. O impacto potencial da alta dos preços e dos juros nos balanços também prejudica as bolsas. Petróleo amplia queda e minério de ferro caminha para US$ 100 com os receios sobre a economia global amplificados pela política de Covid zero da China. Euro se aproxima da paridade com o dólar. Tesouro faz leilão de NTN-B e LFT nesta manhã em meio ao selloff global que pressionou os juros futuros e fez o dólar disparar na sessão anterior. IBGE divulga dado de serviços e BC ainda não iniciou rolagem de swaps. Em Brasília, governo tenta votar a PEC dos benefícios, que corre risco de ser adiada para amanhã após LDO ficar para hoje.
Bom dia