Pedro Hernandez
Morning Call - 10/10/2019
Os juros futuros voltaram a cair forte ontem após a inflação voltar a surpreender o mercado para baixo, com o IPCA em -0,04%, no menor nível para meses de setembro desde 1998. Isso gerou um aumento das apostas de Selic mais baixa ao final do ciclo de flexibilização monetária, ao mesmo tempo em que sustentou o dólar entre a estabilidade e a alta, pela consequente perda de atratividade do carry trade. Algumas instituições já anunciaram revisões para baixo de suas estimativas para a Selic e analistas não descartam taxa a 4% ou menos, a depender da evolução do cenário. Na bolsa, ainda que a expectativa de juros mais baixos seja favorável às ações, o que predominou foi um alívio na tensão EUA/China, que também levou as bolsas americanas à alta. Lá fora, a China sinalizou que pode aceitar um acordo parcial com os EUA mesmo após o governo Trump impor restrições a companhias chinesas de tecnologia. Embora um acordo amplo pareça improvável, a China mostrou que está aberta a um acordo limitado, desde que não sejam impostas mais tarifas. Em troca, Pequim ofereceria concessões não essenciais, como compras de produtos agrícolas, sem ceder nos principais pontos problemáticos.
Hoje os mercados oscilam sem direção única em meio a notícias conflitantes sobre a guerra comercial. Bolsas ainda se ressentem de relatos de que negociadores chineses estariam vendo pouco progresso nas conversações. Por outro lado, dólar tem baixa e metais sobem com otimismo sobre um acordo parcial, que envolveria um pacto cambial entre EUA e China. CPI americano também pode mover negócios. No Brasil, Câmara aprova partilha dos recursos do pré-sal, pavimentando terreno para 2º turno da Previdência, embora projeto ainda tenha de passar no Senado. Leilão da ANP testa apetite estrangeiro e antecede o da cessão onerosa, que teve sinal verde do TCU.
Bom dia a todos.