Pedro Hernandez
Morning Call - 04/09/2019
Dados de atividade (ISM) nos EUA abaixo do esperado e com sinais de contração do setor de manufatura em agosto foram uma ducha de água fria no mundo, juntando-se a outros indícios de desaceleração global, em meio à guerra comercial EUA/China que se prolonga. O dólar se enfraqueceu, as bolsas foram derrubadas, os rendimentos das treasuries caíram ao menor nível em três anos e os contratos futuros de Fed Funds ampliaram a precificação de corte dos juros pelo Fed neste ano. O dólar desacelerou a queda vista pela manhã, voltando ao patamar de R$ 4,18, depois de ter sido negociado abaixo de R$ 4,16. Os juros futuros reagiram ainda à contração da produção industrial doméstica, o que já está levando instituições financeiras como o Itaú a projetarem PIB negativo no terceiro trimestre. O Ibovespa reverteu alta e perdeu o patamar de 100.000 pontos.
Lá fora, as bolsas americanas caíram após final de semana prolongado por feriado com a aparente dificuldade para a retomada das negociações entre americanos e chineses e com ISM de manufaturas no menor nível desde janeiro de 2016.
Hoje os mercados ensaiam uma reação, após terça-feira de perdas das ações, com sinais de alívio em vários focos de tensão política. Bolsas sobem com possível retirada de lei que havia provocado protestos em Hong Kong e juros dos títulos italianos caem à espera de novo governo mais conciliador. Por sua vez, libra reduz perdas recentes após derrota da estratégia de Brexit sem acordo do premiê Boris Johnson. Rand lidera fortalecimento expressivo de moedas pares do real após dados acima do previsto na África do Sul. Petróleo e metais sobem. Congresso acelera a agenda econômica do governo e CCJ do Senado deve votar o texto da Previdência e a PEC paralela, com inclusão de estados e municípios, nesta quarta-feira. O mesmo Senado aprovou na noite de ontem a PEC da cessão onerosa em dois turnos.
Bom dia a todos.