Pedro Hernandez
Morning Call - 02/09/2020
Ontem: A perspectiva de reforma administrativa, cuja proposta será enviada ao Congresso amanha, conforme afirmou o presidente Jair Bolsonaro, combinada à definição do auxílio emergencial de valor menor que o atual e limitado a este ano, trouxe um forte impulso aos ativos brasileiros. O dólar caiu 1,8%, o Ibovespa subiu quase 3%, retomando os 102.000 pontos, e os juros futuros cederam mais de 10 pontos em vértices médios e longos. A estratégia do governo com o duplo anúncio e a alta no dado de atividade manufatureira de agosto ofuscaram a queda recorde de 9,7% do PIB no 2º trimestre, que veio pior do que o esperado. Economistas já esperavam um mergulho no período e continuam vendo uma recuperação no trimestre seguinte, enquanto o ministro Paulo Guedes segue confiante em retomada em V. Ele também disse que a segunda parte da reforma tributária será enviada em breve. LÁ FORA, as bolsas americanas voltaram a bater recordes, lideradas por empresas como a Zoom e Apple.
Hoje: Bolsas globais mantêm rali enquanto mercado espera pesquisa ADP, que pode mostrar melhora do emprego privado nos EUA a dois dias do payroll. Metais estendem alta motivada por PMI industrial chinês, enquanto moedas emergentes interrompem ganhos de ontem. Agenda externa ainda traz Livro Bege e pedidos às fábricas e de bens duráveis nos EUA e, à noite, PMI serviços da China. No Brasil, Câmara aprova novo marco regulatório do setor de gás - com o qual Guedes prometeu “choque de energia barata”. Aprovação veio depois de a promessa de Bolsonaro de enviar reforma administrativa animar investidores. CDS brasileiro cai ao menor nível desde começo da pandemia. Contraponto vem do IPC-Fipe, que supera todas as estimativas. Inflação implícita de dois anos supera os 4% e também ajuda corroborar apostas, ainda que marginais, em alta da Selic este ano.
Bom dia a todos.