Pedro Hernandez
Morning Call - 02/08/2019
Donald Trump foi o maior catalizador dos mercados ontem à tarde, após o período da manhã mostrar os ajustes esperados às decisões do Fed e do Copom, de cortes de juros de 0,25 pp e de 0,50 pp respectivamente. O dólar subia e ampliou alta frente ao real (R$ 3,84) depois que o presidente dos EUA anunciou, perto das 14:30, aumento de 10% nas tarifas sobre cerca de US$ 300 bi em produtos chineses a partir de 1º de setembro. Moedas emergentes afundaram. A bolsa, que chegou a subir mais de 2%, reduziu alta e encerrou o dia subindo 0,3% aos 102.125 pontos. Os juros futuros longos saíram das mínimas, embora tenham fechado a sessão regular em queda. Os juros curtos mostraram forte baixa em reação esperada ao corte de de juros pelo Copom, que sinalizou uma próxima redução. Perto das 17:00 Trump voltou à carga e disse que a China desvaloriza sua moeda, que o presidente chinês Xi Jinping não está se movendo suficientemente rápido e que não está preocupado com a reação dos mercados às tarifas. Disse ainda que o aumento de 10% nas tarifas pode ser intensificado para além de 25%.
Lá fora, os rendimentos das treasuries 10 anos caíram para o nível mais baixo desde 2016 e as bolsas americanas caíram mais de 1% pelo segundo dia consecutivo.
Hoje as bolsas europeias despencam cerca de 2% e os futuros sinalizam nova baixa para o S&P após a China prometer retaliar se Trump cumprir a ameaça de elevar tarifas. Retomada abrupta da guerra comercial ocorreu após presidente americano ter mostrado irritação com resistência de Powell, do Fed, em sinalizar novos cortes de juros. Aversão ao risco e receio de impacto das tarifas na economia mundial derrubam os rendimentos dos títulos americanos e europeus, enquanto minério de ferro entra em bear Market (baixa). Moedas têm desempenho mais misto, com baixas discretas de pares do real, e mercados aguardam os dados de emprego nos EUA. Na bolsa, Petrobras reage ao balanço, que teve lucro recorde, mas inflado pelo fator atípico da venda da TAG.
