Pedro Hernandez
Morning Call - 01/11/2019
Os juros futuros mostraram ontem a reação clássica a uma comunicação considerada mais hawkish (mais dura) do Copom, com alta nas taxas curtas do DI futuro - algumas em mais de 10 pontos - e queda nas mais longas. Mesmo que o BC tenha cortado a Selic em 0,50 pp e garantido uma redução igual em dezembro, desencorajou apostas mais agressivas de cortes em 2020, o que forçou um ajuste no DI. Já o dólar e a bolsa foram mais penalizados pelo exterior, após dado fraco do PMI Chicago americano. O dólar também teve sua volatilidade elevada por disputa pela ptax de final de mês, pelo menos durante a manhã. E o Ibovespa sofreu ainda com receios sobre EUA/China, balanços e commodites em queda. Noticiário político, com fala de Eduardo Bolsonaro sobre AI-5 - e que o presidente lamentou - não teve maior relevância para os ativos, uma vez que o mercado está focado na agenda econômica e nos trabalhos do Congresso para levá-la adiante. Ibovespa fechou o mês com alta de 2,4%, no segundo avanço mensal seguido e o dólar em queda de mais de 3% em outubro. Lá fora, as bolsas americanas caíram com dado fraco de manufatura e após a China sinalizar dúvidas em relação a um acordo comercial de longo prazo com os EUA.
Hoje, bolsas e metais operam com viés positivo, o que pode ajudar na abertura do mercado brasileiro. Dado de atividade (PMI Caixin) melhor que o previsto na China ajuda a melhorar o humor, mas incerteza com disputa entre EUA e China persiste e ativos só devem se definir a partir das 9:30, quando sai o relatório de emprego nos EUA, com estimativa de +85.000 para o payroll. No Brasil, produção industrial tem estimativa de alta, o que pode corroborar visão do Copom mais favorável sobre atividade e menos dovish sobre Selic.
Bom dia e um excelente final de semana a todos.