Pedro Hernandez
Morning Call - 01/09/2021
Ontem: Os ativos locais tiveram uma nítida piora à tarde, com o crescimento da cautela com o quadro fiscal e político. Comentários de Bolsonaro sobre governo começar a trabalhar nos preços de combustíveis, a proximidade das manifestações do 7 de setembro, pouca clareza sobre como ficará a situação fiscal em meio aos arranjos sobre precatórios e programas sociais foram os principais fatores citados por analistas para piora do humor. O exterior não ajudou, com queda do minério e do petróleo e bolsas de NY sem fôlego. Os juros futuros longos mostraram forte avanço, com alguns vértices subindo mais de 2O pontos. O dólar, que chegou a cair mais de 1% em meio à disputa pela Ptax de final de mês, reduziu bem a queda ao final da tarde. O Ibovespa fechou com baixa de 0,8%. Reunião sobre precatórios com CNJ foi embrionária, disse presidente da Câmara, Arthur Lira. Bruno Funchal, secretário especial de Fazenda no Ministério da Economia, disse que não há espaço para novo auxílio emergencial, enquanto assessores políticos de Bolsonaro o aconselham a prorrogar a ajuda contra a Covid, já que a proposta de repaginação do Bolsa Família está atrasada.
Hoje: Governo cria nova bandeira para a energia e eleva custo extra para R$ 14,20, com reajuste de 6,79% na tarifa. Embora aumento fosse esperado, crise hídrica agrava o cenário para a inflação, já complicado pelos riscos fiscais que evitam uma maior apreciação do câmbio e mantêm a curva de juros pressionada. Mercado deve reagir ao aumento da energia e também ao PIB, que deve confirmar um crescimento menor no 2T. Bolsas externas sobem, mas minério de ferro despenca e pesa nas mineradoras. Moedas operam mistas e mercado aguarda agenda externa pesada, que inclui ADP, ISM e PMI a dois dias do payroll nos EUA, além de relatório de petróleo e decisão da Opep+. No Brasil, dia ainda reserva fala de Campos Neto na Câmara, IPC-S, PMI e balança. Quadro político e fiscal segue incerto. Falas de Lira e Pacheco após reunião sugerem que não houve definições sobre precatórios e novo programa social. No corporativo, Eletrobras deve pagar R$ 23,2 bi à União após capitalização e Latam descarta fusão com Azul.
Bom dia